Desde que sai de Ushuaia, o dia esta sendo muito intenso.
Acordo, e o primeiro sacrificio è sair de dentro do saco de dormir, mas nao dà pra pensar muito, jà dentro de minha barraca, começo a organizar as coisas, pois è uma barraca pra uma pessoa, e o espaço è super reduzido, entao, depois de varios malabarismos, consigo trocar de roupa e sair.
Logo em seguida acendemos o fogareiro e fazemos um cafè ràpido pra poder começar a guardar as coisas nos alforges e partir o quanto antes, e aproveitar a viagem da melhor maneira possivel.
Saimos do Ushuaia, do camping municipal, onde tem a estaçao do trem do fim do mundo, proximo ao parque nacional, rumo ao norte, e nosso primeiro desafio foi transpor o primeira serra do caminho, que è o passo Garibaldi, com 470m acima do nìvel do mar.
Depois de uma longa subida, com a bicicleta carregada, pesando em torno de 50kg, chegamos ao topo, e nao consegui nem tirar uma foto direito, por causa das rajadas de vento, chuva e flocos de neve, que quase me derrubaram da bike.
Molhado e com muito frio, descemos a serra em direçao ao lago escondido, e no pè da montanha vimos um posto policial, e paramos para ter informaçoes sobre algum camping ou lugar que pudessemos nos secar e aquecer.
Fomos recebidos por um policial, que de imediato, nos convidou para entrar, e nos serviu tudo o que tinha naquele posto policial, pao, leite, uma tortinha frita, tipica da regiao, e depois de tudo ainda sugeriu que fossemos a defesa civil, que ficava bem proximo, para pernoitar.
Seguimos seu conselho, e fomos muito bem recebidos pelo Adrian, responsavel pelo posto da defesa civil.
Preparamos a janta, e fomos para uma casa que esta sendo reformada nos fundos daquele predio.
No dia seguinte, acordamos e nos preparando pra ir embora, fomos surpreendidos pelo Adrian com um livro de visitas de outros viajantes que por ali passaram.
Vimos relatos de varios viajantes que passaram pela patagonia, e agora fazemos parte destas pessoas, foi muito emocionante ver quantas pessoas jà passaram por ali e como viajavam, inclusive a pè.
Partimos para Tolhuin, um vilarejo conhecido pelos viajantes que passam pela patagonia, pois hà uma especie de padaria conhecida como Panederia La Union, onde o proprietario recebe viajantes do mundo todo, sem cobrar pela estadia, alem de ter uma excelente empanada, lugar que vale a pena conhecer, se estiver por estes lados.
No dia em que estavamos na panederia, conhecemos um Argentino que estava na estrada desde 2001, um Alemao que estava a 5 anos viajando e parando em cidades estratègicas, para arrumar um trabalho e conseguir (umas Platas) dinheiro para prosseguir a viagem, uma Sul-coreana, e um rapaz de 20 anos que veio de Minnesota EUA, aos 19 anos, e viajou dos EUA a Tolhuin em 5 meses, percorrendo uma mèdia de 150km por dia.
Mais um dia sem pagar pela estadia, depois de uns 80km, resolvemos arranjar um lugar para montar as (carpas) barracas bem ao lado da Ruta3, pois ja estava começando a escurecer, e poucos metros a frente vimos um guanaco cruzando a pista, e fomos seguì-lo, e resolvemos ficar por ali.
Montamos acampamento, fizemos uma fogueira, jantamos e fomos dormir, no meio do nada, e escutavamos passar carros e caminhoes, de vez enquando.
Encontramos muitas pessoas no caminho, de bicicleta, de varias nacionalidades como japones, americano, polones, argentino, brasileiro, canadense, pessoas treminando viagens de 2 anos, outros que acabaram de cruzar a america latina e vao para africa, ou que estao iniciando uma segunda volta ao mundo, ou como eu, que està experimentando o que è estar na estrada, longe de casa, e num ambiente diferente ao de costume. Mas todas elas tem algo em comum, que è a vontade de viver, aprender, experimentar. Uma liçao de vida...