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quinta-feira, 1 de abril de 2010

A Terra do Fogo ficou para trás


Consegui um tempinho aqui em Punta Arenas Chile, para postar.
Hoje o dia amanheceu encoberto e começou uma chuvinha chata, e achamos melhor adiar para amanha a partida a El Calafate.
Desde o ultimo post, muita coisa aconteceu, vou tentar resumir um pouco pra nao ficar muito cansativo.
Saimos de Tolhuin, em direçao a Rio Grande, e com poucos Km percorridos, vimos o primeiro guanaco. pedalamos a ruta 3 até quase anoitecer, e como estavamos longe da próxima cidade, resolvemos acampar a poucos metros do asfalto.
No dia seguinte partimos em direçao a Rio Grande, onde a paisagem vai se transformando, e os guanacos dao lugar a ovelhas, gado, praia. O unico empecilho é o vento, porém aceitável.
Chegamos a Rio Grande no começo da tarde, é a maior cidade da regiao.
Procuramos o camping da cidade, que estava fechado, e conseguimos armar nossas barracas num hostel, e havia uma funcionária que fazia aniversario, que nos convidou para a festinha de "Compleaños", como se diz por aqui.
No hotel trabalha o José, um gaucho que já morou em Sampa e que está vivendo na Terra do Fogo, conversamos muito sobre coisas do Brasil.
Ficamos mais um dia em Rio Grande, e conhecemos o Jeremias, um frances que esta viajando pela america latina, e nos acompanhou até agora na viagem. Morou um tempo no Brasil, e já é quase brasileiro. Uma figura. Trabalha como carpinteiro, mas conseguiu chegar ao brasil como marinheiro.
Seguimos em direçao a San Sebastian do Chile, pois há também San Sebastian da Argentina, que fica antes da fronteira. Confuso, duas cidades que divide dois paises com o mesmo nome...
Foi um dia difícil, pois pedalamos com chuva e muito frio.
Chegamos a fronteira do lado Argentino, resolvemos toda burocracia, e partimos rumo ao Chile. Sao 15km que divide a aduana Argentina da Chilena, e que parece terra de ninguém.
Nada além de guanacos, ovelhas e algumas cabeças de gado. A estrada de cascalho dificultou nossa vida, pois havia chovido e tinha muita lama.
Passamos 15 km da aduana Chilena, pela Ruta que nos leva a Porvenir, encontramos um abrigo ao lado da estrada, um barraco de zinco, com 3 estrados de cama sobre uns pes de madeira, e 2 pseudos-colchoes. Era o que tinhamos. tentamos fazer uma fogueira, mas a chuva tinha deixado a madeira úmida, enfim, nada de fogo, apenas o jantar e nos acomodar no que restava das camas.
Acordei com um belo amanhecer, como o nao tinha porta, consegui ver o sol surgindo no horizonte, muito bacana.
Este dia foi o mais difícil de todos, pois o vento nao dava tregua, nos obrigando a parar algumas vezes, e empurrar a bike.
Pegamos uma carona no final do trajeto, o vento piorou muito na parte da tarde, e nos informaram que levaria uns dois dias para o vento acalmar.
Um senhor nos deu uma carona num caminhao que levava madeiras a cidade de Porvenir, e nos contou que já havia participado de varias provas de rally, e as provas de rally acontecem na ruta que faz hj com o caminhao, e nos mostrou o local onde capotou o carro.
Chegamos a cidade, jantamos, arrumamos um hotel e no dia seguinte demos uma volta pela cidade, e a tarde fomos pegar a balsa, para atravessar o estreito de Magalhaes, completando travessia sobre a terra do fogo
Muito bonito, porém muito vento e frio.
Chegando a PuntaArenas, avistamos a Fragata Cisne Branco, da Marinha Brasileira.
Fomos muito bem recebidos pelos marinheiros, conhecemos toda a embarcaçao, um privilégio só para brasileiros, fora do Brasil, como nos informaram, pois quando abrem para visitaçao em nosso país, nao tem como dar atençao a todos, pelo volume de gente.
PuntaArenas é uma cidade bem desenvolvida, e além de outros atrativos, possui uma zona franca. Espero nao voltar mais lá, é difícil nao querer comprar algo, pois como nao há impostos e o real está forte, sao muitas as facilidades.
Por enquanto é isso, devo ter notícias agora sobre a última parte da viagem, El Calafate.